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Destaques da edição de Agosto de 2019
O músico angolano e compositor Teta Lando (a título póstumo), o escritor Eduardo Agualusa, o pintor Don Sebas Cassule, a Associação Globo Dikulu, o pesquisador Toni Mulato, o realizador Dorivaldo Cortez e a historiadora Constança Ceita são os vencedores do Prémio Nacional de Cultura e Artes edição 2019.
O anúncio foi feito, na segunda-feira,28, no Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM), em Luanda, pelo antropólogo Manzambi Vuvu, presidente do júri, para quem os vencedores mereceram tal honra, devido à qualidade das obras, à sua acção e influência para a sociedade.
Os criadores angolanos distinguidos, como reconhecimento do trabalho feito ao longo dos anos, em prol das artes e da cultura nacional, recebem os prémios avaliados em três milhões de kwanzas numa cerimónia oficial, a ser realizada no dia 8 de Novembro, às 18h00, no Cine Tropical, em Luanda.
Para o júri, o músico Alberto Teta Lando merece a distinção pelo conjunto da obra, cuja longa, rica, bela e dura trajectória musical soube cantar os diferentes momentos históricos do país, misturando o drama das realidades do contexto vivido com a esperança de os angolanos reviverem a paz, os hábitos e costumes locais, através do domínio imaginário expresso nos provérbios da filosofia de vida “ubuntu”.
De acordo com o júri do prémio, José Eduardo Agualusa foi distinguido pelo seu contributo para a projecção da literatura angolana no mundo, graças a um “extenso e vital percurso criativo”. “Eduardo Agualusa é suficientemente ousado, disruptivo e comprometido com as causas e problemáticas sociais e políticas fundamentais deste tempo, o que lhe permite, amiúde, posições intelectuais que privilegiam o dissenso, a controvérsia e a polémica reflexiva.
O livro “O Estranho Destino de um Sertanejo na África Central e Austral: A Transculturação de Silva Porto (1838 1890)” deu à historiadora Constança Ceita o prémio na categoria de Investigação em Ciências Humanas e Sociais, pelo carácter inovador, pertinência científica e académica do trabalho.
O júri considera ainda o livro um estudo sobre as relações entre africanos e europeus, tendo como base o relacionamento entre Silva Porto e a sociedade umbundu, no contexto do tráfico de escravos e da colonização, cujo teor ajuda a compreender as sociedades africanas.
O pintor Don Sebas Cassule tem o seu nome inscrito no “hall” dos vencedores do prémio devido ao seu percurso, currículo, às inovações, participações em eventos e distinções obtidas, a nível nacional e internacional.
O pesquisador António Domingos “Toni Mulato” foi o distinguido este ano na dança, pela pesquisa feita em prol da recuperação das danças carnavalescas, em particular da “cabecinha”, um dos poucos estilos populares, que ainda preservam os traços culturais da angolanidade.
A viver o Carnaval desde a década de 80, explicou o júri, o pesquisador tem sabido lutar pela defesa das tradições, em especial às ligadas à matriz angolana, num trabalho que já várias vezes recebeu o reconhecimento dos organizadores da “festa do povo”.
A ampla veia criativa do realizador Dorivaldo Cortez valeu-lhe o prémio na categoria de Cinema e Audiovisual. Como membro da segunda geração de cineastas angolanos, tem ajudado muito nas campanhas de sensibilização social sobre saúde, prevenção e combate à corrupção, com o suporte do grupo Julu.
O Prémio Nacional de Cultura e Artes é a mais importante distinção do Estado angolano, atribuído para incentivar a criação artística e cultural, bem como a investigação científica, em especial no domínio das Ciências Humanas e Sociais.
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