África 21 Online
Pesquisa
Sou assinante
Destaques da edição de Agosto de 2019
«Coragem para fazer o impensável». Eis o pedido da ativista Graça Machel às lideranças políticas moçambicanas para alcançar uma paz duradoura no país. Alguém a escutará?
Moçambique precisa de reinventar os seus modelos
CORNELL TUKIRI/EPA
A ATIVISTA MOÇAMBICANA GRAÇA MACHEL acusou o anterior Presidente Armando Guebuza de ser o principal responsável pelo conflito político-militar que opõe o Governo ao partido Renamo, por se ter afastado da postura dialogante do seu antecessor, Joaquim Chissano. «Se nós tivéssemos persistido nos princípios e na maneira dialogante que caracterizou a liderança do Presidente Chissano provavelmente não teríamos este atual conflito», afirmou Graça Machel, falando a 14 de setembro durante um seminário organizado pelo Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI), em Maputo.
Depois de sublinhar que a governação de Guebuza, que sucedeu a Chissano em 2005, foi marcada, supostamente, por uma postura «pouco tolerante e fechada», Graça Machel afirmou: «O problema está aí e agora a ‘batata quente’ passou para as mãos de alguém que é quase da vossa geração [Filipe Nyusi, atual Presidente moçambicano]».
Para ela, a crise política em Moçambique só pode ser ultrapassada quando as lideranças políticas ganharem «coragem de fazer o impensável». Assim, acrescentou, Moçambique precisa de reinventar os seus próprios modelos, respeitando a dinâmica e as exigências de novos tempos, dentro de clima de tolerância e transparência para garantir o futuro dos moçambicanos. «Precisamos de sonhos comuns», afirmou.
LEONARDO NHASSONGE
[versão integral via assinatura]
Siga o portal África 21