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Destaques da edição de Agosto de 2019
Foi lançada uma nova iniciativa com o objetivo de promover a adoção de tecnologias para ajudar os agricultores da África subsaariana a melhorar a produtividade em termos de cereais, horticultura e pecuária.
O projeto pretende desenvolver e implementar tecnologias que permitam controlar colheitas, pestes e pragas
(DR)
O Programa de Pesquisa Aplicada de Controlo Biológico Integrado (PPACBI), do Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia dos Insetos (ICIPE), apoia um centro cuja tecnologia beneficiará cerca de 350 mil agricultores e criadores de animais no Quénia, na Etiópia e na Tanzânia.
Segenet Kelemu, o diretor-geral do ICIPE, explica que esta iniciativa, no valor de 16,8 milhões de dólares, será implementada através de projetos cujo principal foco está em desenvolver tecnologias resistentes às alterações climáticas e que permitam controlar colheitas e pestes. Do projeto faz também parte uma «coleira» que é colocada no pescoço dos animais para repelir as moscas tsé-tsé e que ao mesmo tempo analisa vetores e doenças. Os camelos também usarão um destes dispositivos.
A iniciativa, que deverá durar quatro anos, e que conta com um financiamento da União Europeia no valor de 13,4 milhões de dólares, com apoios adicionais do ICIPE e de outros parceiros, foi lançada num encontro de mais de 40 especialistas vindos de todo o mundo.
O ICIPE quer trabalhar com os governos e o setor privado dos três países referidos, e planeia mais tarde estender o projeto a outras nações.
Christopher Prideaux, investigador e diretor de parcerias no ICIPE, diz que as tecnologias promovidas através do PPACBI podem reduzir as perdas nas colheitas e os grandes gastos dos agricultores na compra de pesticidas, que tentam como podem lidar com as doenças, por vezes devastadoras. Por outro lado, explica, pretende-se mitigar os riscos de saúde e ambientais ligados ao uso desadequado ou em exagero de pesticidas.
«A produtividade em termos de cereais, horticultura e gado na África subsaariana é baixa devido às pragas de insetos e à propagação de parasitas», diz Prideaux. «Os insetos e os parasitas causam perdas de colheitas que chegam aos 100% e perdas monetárias de entre 7 e 11 mil milhões de dólares anualmente, afetando a subsistência de mais de 250 milhões de pessoas.»
Os solos de grande parte do continente africano são pobres, com mais de 65% das terras aráveis degradas, o que resulta em insegurança alimentar e problemas de subsistência, acrescenta Prideaux. Assim, enfrentar os problemas existentes é essencial para garantir a segurança alimentar, o crescimento económico e a redução da pobreza na África subsaariana.
Redação
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